Efectivo pecuário do Cuanza-Norte atinge mais de 214 mil animais
O efectivo pecuário do Cuanza-Norte está estimado em 214.639 animais, com bovinos, suínos, ovinos, caprinos, aves e equinos a povoarem os 10 municípios da província, onde operam pecuaristas tradicionais e unidades empresariais, de acordo com informações obtidas pelo Jornal de Angola do chefe do Departamento de Veterinária do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas.
João Alfredo disse à nossa reportagem que as concentrações de bovinos estão no município de Cambambe, onde estão implantadas 18.918 cabeças, maior parte das quais pertencente à Fazenda Pamado, com raças diferentes, incluindo búfalos. A seguir, está o município de Ambaca, com 6.954 bovinos, 1.224 dos quais detidos pelo sector camponês.
Este sector domina, também, a criação de suínos, com 14.399 cabeças, além da de ovinos (12.368), caprinos (50.710) e aves (87.429). Por sua vez, o sector empresarial dispõe de 370 suínos, 1.777 ovinos, 3.054 caprinos e 12.725 aves (galináceos, patos, avestruzes, gansos, galinhas e outros), bem como 202 equinos.
O gado bovino proveniente do Chade tem uma prevalência de 1.124 cabeças, das 1.883 iniciais, das quais 748 morreram e 11 foram roubadas.
De acordo com o chefe do Departamento do Serviço de Veterinária, de Janeiro ao presente, o Matadouro Industrial do Dondo, gerido pela empresa Unicarnes, produziu um total de 187.989 quilos de carne bovina, 546 de carne caprina, 3.050 de carne suína e 600 de carne ovina.
Alfredo João, referiu que o Matadouro Industrial de Camabatela, com capacidade de abate diário de 250 cabeças, não participa na oferta de carne desde o princípio do ano, por falta de animais.
A fonte assinalou que o efectivo pecuário está em constante crescimento nos dois sectores de criação, o tradicional e o empresarial, além de ocorrerem importantes operações para o melhoramento do gado e a manutenção de algum padrão zoogenético e zootécnico de raças exóticas e autoctones.
A área de pasto está calculada em 121.394 hectares, com criadores a praticarem o melhoramento de pastos, mas nenhum produz forragem (feno e silo) que é muito procurado no tempo seco.
Alfredo João, que é engenheiro Zootécnico, considerou a situação zoosanitária no primeiro semestre como estacionária em todos os municípios, embora exista um foco dermatofilose (DPH) no município de Ambaca, situação já controlada com a intervenção medicamentosa à base de antibióticos, feita por técnicos locais, travando a mortalidade por essa doença.
Sublinhou que, no município de Ambaca, no tempo chuvoso, ocorre uma elevada mortalidade entre suínos, o que no tempo chuvoso acontece com as aves dos criadores familiares. Para abrandar estas ocorrências, o Departamento tem apoiado e recomendado medidas de prevenção sanitária.
Solução das dificuldades
O maior constrangimento do Departamento de Veterinária do Cuanza-Norte reside na insuficiência de pessoal técnico e administrativo, possuindo oito dos 48 funcionários previstos, para além da falta de meios de apoio aos técnicos para dar maior cobertura a todos os municípios.
O chefe do Departamento dos Serviços de Veterinária apela à resolução dos constrangimentos, sobretudo, no que concerne à insuficiência do pessoal técnico e meios de apoio.
Propõe a criação, a curto prazo, de postos de fiscalização veterinária, visando reforçar as medidas de policiamento e controlo zoosanitário no trânsito de animais para um projecto que se pretende implantar no Planalto de Camabatela, além da elaboração de um programa nacional de fomento de culturas forrageiras e melhoramento de pastos.
O Cuanza-Norte tem uma área de 24.110 quilómetros quadrados, uma densidade populacional de 17 pessoas por quilómetro quadrado, uma vasta área de pasto misto, clima tropical húmido, sendo perpassado por grandes rios como Kwanza, Lucala, Cuzo, Samba, Quionga, Caju, Mandambela, Luinga, Muembeje e uma dezena de riachos permanentes, sendo considerado um território bom para a actividade pecuária.
Produção de ovos com crescimento semestral de 5,0%
A produção de ovos do Cuanza-Norte situou-se em 592.192 unidades no primeiro semestre, com o sector tradicional a prover uma oferta de 244.493 e o empresarial 348.121, o que representa um crescimento de cinco por cento em cada um dos dois sectores face ao mesmo período do ano passado.
As únicas unidades avícolas de produção de ovos estão localizadas nos municípios do Golungo-Alto, comuna de Cambondo, e arredores da vila do Lucala.
O matadouro de aves do Lucala, com uma capacidade de abate de 32 mil aves por dia, arrancou em Janeiro de 2016 e deixou de funcionar 20 dias depois, permanecendo paralisado desde aquela data.
Uma fábrica de ração que arrancou no final de Janeiro de 2016 opera de forma precária e aquém da capacidade instalada de cinco mil toneladas por mês ou 20 toneladas por hora.
Fonte: Jornal de Angola (25.09.22)